Dia Europeu do Radão – 7 de novembro
O decaimento radioativo acontece quando elementos instáveis como o urânio se modificam formando novos elementos acompanhados pela libertação de energia.
O radão está presente em todo lado, no exterior e no interior de edifícios.
O radão é a maior fonte natural de exposição das populações à radiação ionizante e contribui com mais de 40%.
O Riscos para a Saúde
Existe evidência comprovada por estudos científicos que a exposição prolongada ao radão no interior de edifícios pode provocar cancro do pulmão.
O radão produz partículas radioativas no ar que respiramos. Essas partículas ficam retidas nas nossas vias respiratórias e aí emitem radiação que provoca danos nos pulmões. Este dano aumenta o risco de cancro do pulmão para exposições prolongadas no tempo. Os fumadores e ex-fumadores estão sujeitos a um risco maior pela ação combinada do tabaco e do radão.
Não existe evidência consistente da relação da exposição ao radão com outros tipos de cancro ou patologias.
Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, estima-se que a exposição ao radão cause entre 3 a 14% de todos os cancros do pulmão na população do país, dependendo dos valores médios de radão e da quantidade de fumadores.
Em toda a Europa, estima-se que 9% das mortes por cancro do pulmão se devam à exposição ao radão o que representa cerca de 2% de todas as mortes por cancro.
Radão nos Edifícios
O radão está naturalmente presente no ar que respiramos.
No exterior dos edifícios, o radão dissipa-se e as suas concentrações são baixas.
Todos os edifícios contêm radão e na maioria as concentrações são baixas. No entanto, existem áreas em que estes níveis ultrapassam o nível de ação de 300 Bq/m3.
O radão entra nos edifícios: vindo do solo através de fissuras/fendas no chão (1) e nas paredes (2), pelas juntas entre o chão e a parede (3) e pela canalização mal/não isolada (4).
As concentrações elevadas dependem primariamente do solo, do tipo de construção e dos hábitos de vida/uso do edifício. Pode haver também contribuição dos materiais de construção para os níveis elevados de radão.
As concentrações de radão no interior de edifícios apresentam variações diurnas, sazonais e também anuais.
Medições
Fazer um teste ao radão é simples. Consiste na colocação de 1 ou mais detetores nas divisões do edifício onde se permanece mais tempo. Numa habitação será, por exemplo, o quarto ou a sala. Estes detetores não necessitam de energia para funcionar, são de pequenas dimensões e têm de permanecer no mesmo local durante 3 meses. Depois da análise em laboratório do(s) detetor(es), é emitido um relatório com o resultado.
As concentrações de radão no interior dos edifícios variam diariamente, sazonalmente e até anualmente por isso recomenda-se testar por um período não inferior a 3 meses para reduzir a incerteza dos resultados. Para concentrações acima do nível de ação – 300 Bq/m3, recomenda-se que se atue de modo a baixar os valores.
Mitigação
Existem vários métodos de remediação dos edifícios, distinguem-se em ativos porque utilizam uma ventoinha para funcionar e passivos que não utilizam ventoinha. Os métodos ativos são os mais eficazes para elevadas concentrações e compreendem os sistemas de despressurização e a ventilação por pressão positiva de toda a habitação ou da caixa-de-ar. Os métodos passivos consistem no aumento da ventilação de forma natural e permanente como aumentando a ventilação das caixas-de-ar ou caixilhos das janelas com grelhas de ventilação ou ainda impedir o ingresso de radão no edifício tapando fissuras no chão, as juntas entre o chão e a parede e o isolamento de canalizações.
Depois de instalado o sistema de remediação deverá ser feita uma segunda medição para confirmar a redução das concentrações.
Manutenção
Os sistemas de redução dos níveis de radão no interior dos edifícios devem ser mantidos para serem eficazes.
Têm de funcionar 24h por dia, têm de ser periodicamente inspecionados e preservados.
Recomenda-se fazer novo teste a cada 5 anos ou mais cedo se houver mudanças estruturais no edifício (ex: mudança nas paredes, janelas, chão) ou na ventilação.”
in: https://apambiente.pt/index.php?ref=17&subref=1544&sub2ref=1548&sub3ref=1609