Physalia physalis
Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando (…)
A espécie da semana é a caravela Portuguesa (Physalia physalis). Pensa-se que o nome comum advém da sua semelhança com os navios de guerra (‘man-o-war’), especificamente a caravela Portuguesa, talvez pela sua assimetria, ou porque foram primeiro descobertas ao largo da ilha da Madeira.
É uma espécie de cnidário (do grupo das alforrecas e dos corais), constituídas por quatro tipos de organismos (pólipos) com diferentes funções: navegação (pneumatóforo), digestão (gastrozoóides), reprodução (gonozoóides) e captura de presas (dactilozoóides).
Assim, estas colónias de indivíduos navegam ao sabor do vento enchendo o pneumatóforo (parte que fica à superfície da água) com dióxido de carbono, andando à deriva e ao sabor da corrente. Por isso são frequentemente encontrado nas praias dependendo dos ventos e correntes.
Paralisam e matam principalmente pequenos peixes que encostam nos seus longos tentáculos de geralmente 10 m (mas que podem chegar aos 30 m). É neles que estão localizados os dactilozoóides, os pequenos pólipos que injetam veneno em tudo o que lhes toca.
São predados por tartarugas verdes e peixes-sol, que por terem uma pele grossa não são afetados pelo veneno. No entanto, as picadas em humanos são muito dolorosas (não tocar!!!).
Outro dos seus predadores são algumas lesmas do mar, e especificamente o dragão azul (Glaucus atlanticus) que não só consomem as caravelas, mas também armazenam as suas toxinas na própria pele para usar como dissuasor de predadores.