Bufo spinosus

– fêmeas maiores que machos
– recentemente elevado ao estatuto de espécie
– produz toxinas na pele
Em Março entramos na época reprodutiva da espécie desta semana, o Bufo spinosus ou sapo-alcandarês. Nesta altura, os machos (bem mais pequenos que as fêmeas) procuram massas de água sem peixes, onde aguardam as fêmeas. Como na população há normalmente mais machos que fêmeas, estas embarcam na procura do melhor macho, usando uma criteriosa seleção de atributos e qualidades como o tamanho e o canto, prestando também atenção à qualidade da massa de água que irá albergar os seus girinos. Durante a copulação, o macho coloca-se em cima da fêmea numa posição que se chama amplexo nupcial.
Podendo chegar até aos 21 cm de comprimento (apenas as fêmeas, já que os machos podem chegar apenas aos 11 cm), têm glândulas parótidas muito proeminentes e espículas queratinosas nas verrugas salientes da pele (daí o nome spinosus). O Bufo spinosus encontra-se na Península Ibérica, sul de França e Norte de África, e foi recentemente elevado ao estatuto de espécie numa divisão da espécie Bufo bufo.
Fazendo jus a um dos seus nomes comuns, este “amigo-de-hortelão” alimenta-se de pequenos invertebrados como insetos, lesmas, minhocas, e fazem um relevante controlo destes herbívoros. Quando se sentem ameaçados, este sapo incha o corpo e estica as pernas, para parecer maior, e pode também urinar, libertando um líquido irritante para os humanos. Também segrega substâncias tóxicas a partir das glândulas parótidas – as “bufotoxinas” – que tendem a espalhar-se pela pele e a dar-lhe um sabor desagradável. Um dos seus predadores, a lontra, consegue no entanto remover a sua pele como se fosse uma luva para evitar o sabor desagradável – ouch!
Respeitando as distâncias de segurança e etiqueta respiratória, os príncipes terão de ficar contidos em forma de sapo durante mais algum tempo. No entanto, se quiserem observar estes monarcas potenciais, procurem durante o crepúsculo perto de manchas de água, e especialmente em dias húmidos.
Para a semana voltaremos com mais outra espécie. Até lá, protejam-se e sigam a FAPAS!